sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Serão

Existe de tudo por essa noite. Homens de todos os tipos, cores, tamanhos, sabores e fôlegos. Numa dessas noites, conheci um carinha. Barbudo, óbvio. Não diria que ele é exatamente bonito, mas fazia um tipo bem interessante.
Músico (pra variar), tocava na noite, em vários lugares que eu ia, acabávamos nos encontrando. Várias vezes prolonguei a noite, só pra esperar ele guardar a parafernália de instrumentos, e trocar umas ideias. Bom, não era exatamente uma conversa, pensando bem, acho que trocávamos mais fluídos do que ideias.
Parelhávamos pela cafajestada. Nenhum dos dois queria que se tornasse público esse affair. Até para não comprometer outras possibilidades que a noite oferece. Para esses encontros, tínhamos uma senha. Quando alguém falava em "trabalho extra", ambos sabíamos do que se tratava. O bom de ser (ou estar numa fase) cafajeste, é a liberdade que este título te dá.
Numa dessas noites de serão, uma das primeiras que ficamos juntos, em algum motel perdido pela cidade, pude analisar melhor o corpo do rapaz. Muito bonito, todo durinho. E um pênis, lindo. Um dos mais lindos que já tinha visto! Pensei que este mereceria o título.
Pensei cedo demais. Apalpando um pouco mais, notei que faltava alguma coisa... quem sabe mais pra direita? atrás? Será que encolheu? Não, uma tá aqui, mas e a outra? Gente, tá faltando uma bola!
Parei tudo que estava fazendo na hora. Mas e se ele reparar que eu reparei? E se for meio traumatizado com isso, ou qualquer coisa? Será que eu pergunto? "Ei, uma bola sua sumiu?" Mas pra quê? Ele não guardou pra colocar depois, se não está ali, não está, e pronto. Ou também podia bancar a simpática "acho super econômico uma bola só, não tem necessidade de duas mesmo!" ou "Acho tendência!".
Entrei em choque, não por preconceito, muito mais pela decepção. Quase encontrei o exemplar perfeito, quase!
Disfarcei a surpresa, e retomei de onde tinha parado.
A busca ainda não terminou.

G.


Um comentário:

Anônimo disse...

Monobola!