quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Não combine nada, não precisa e não quero

Quando conheço um cara e algo acontece, no momento do "depois", na hora de ir embora, alguns têm a mania boba de falar.


O problema não é falar, mas o que falar.
Vamos aos fatos. Às vezes o silêncio é o caminho mais sábio.

Em que casos? Quando ele quer combinar programações juntos.
Senta aqui, vou te contar um segredo: nós dois sabemos que nenhuma das combinações vai acontecer.

Talvez porque eu não queira, talvez, ele, no fundo, não queira.

Mas então dizer pra que?

"Vamos tomar um café juntos?"
"Vamos tomar um mate juntos?"
"Vamos sair?"
"Vamos combinar algo?"

Não. Não queira combinar. Isso estraga.
Estraga pela hipótese levantada e não cumprida. Estraga pelo momento de falsidade onde os dois, cúmplices, sabem que aquilo é uma mentira. Estraga porque não há o que responder.

Direi "claro..", com um tom de voz desesperançoso e incrédulo.

Direi "é..qualquer dia", deixando ao acaso que vira descaso.

Direi "essa semana?", no fundo com uma esperança longínqua que o telefone vá tocar, sabendo que não vai.
Que direi eu nesse momento? Nada...não há o que dizer. Automaticamente minha expressão se torna freeze.

Se gostei da noite, o possível "sistema de espera" que uma combinação desperta é o principal motivo de não querer que nada seja dito. Quem espera, desespera, já diz o ditado.

Contudo, eu posso não ter gostado da noite.

Ele tinha um pau pequeno. Ele até tinha um pau honesto mas não sabia o funcionamento do meu corpo (ou os dois fatores juntos, o que é ainda pior..). Ele não foi agradável depois. Era egoísta transando. Se mostrou um folgado e saiu abrindo minha geladeira e comeu minhas frutas pro café da manhã! Imperdoável. Mijou a tampa do vaso no primeiro encontro, mal educado. Não perguntou se podia tomar banho, folgado novamente. Ligou a TV e esqueceu da vida, sem consideração.
Nossa, quantos motivos podem fazer eu não querer ouvir um "vamos nos ver?" "eu te ligo durante a semana." "vamos na redenção?"

Não, esse momento da combinação e dos dizeres levianos, definitivamente, para mim, não é um momento diabolicagem.

Justamente, esse é o momento que me lembra o porquê da escolha pela própria diabolicagem, para não ter de esperar por combinações.
Por isso, não diga nada. Dê um abraço, um beijo, se for o caso, seja honesto e tchau.

Se quiser sair, ir na redenção, tomar um café, simplesmente faça! Ligue com um dia certo e um horário, mande um email e pergunte quando eu posso. Se eu quiser, eu decido se atendo ou não o telefone, respondo ou não o email.

Mas não diga nada, não preciso ouvir e talvez não queira realmente ouvir.
 
 
 

Um comentário:

Anônimo disse...

Bahhh, ceerto!!! >> a maior afirmação negativa de todos os tempos.